terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Matéria polêmica e equivocada


Parem de acreditar em escola pública de qualidade

Em vez de gastar tanto com escolas públicas e professores ausentes, é melhor transferir o dinheiro direto para os pais e deixá-los escolher a escola particular que preferem


O pior é a crença cega em “escolas públicas de qualidade”. Eles estão há um século rezando e fazendo procissões para que a Escola Pública de Qualidade desça dos Céus à Terra. Há um século seus pedidos dão em nada. No entanto, como seguidores de uma seita fanática, não largam a fé.
Pois deveriam. Escolas públicas, para darem certo, exigem boas pessoas. Políticos, professores e diretores que pensem apenas no bem comum, e não nos seus próprios interesses.
Se uma política pública exige que as pessoas se comportem como santos, pode acreditar: não vai dar certo. As pessoas até são naturalmente benevolentes, mas não são madres-teresas em tempo integral. O desenho de uma política precisa se basear em pessoas reais, não em seres imaginários.
No sistema atual, o cidadão que recebe o serviço não pode deixar de pagar por ele ou procurar uma escola concorrente caso esteja insatisfeito. Os contribuintes são obrigados a pagar pelo serviço mesmo que não gostem dele ou não o utilizem.
Já os professores e diretores são remunerados por uma entidade distante – o Estado – e não pelos clientes diretos. Sabem que não terão prejuízo se faltarem dezenas de vezes por ano ou se os pais ficarem insatisfeitos. Não têm incentivo para inovar, cortar custos, pensar em produtos diferentes. Podem se dar ao luxo de fazer greves que duram um, dois, três meses. Se um aluno desistir de ir à escola, isso é até uma boa notícia para o diretor, que terá um problema a menos com que se preocupar.
E os políticos que coordenam o serviço não precisam melhorar o sistema – apenas fazer parecer, a cada quatro anos, durante a campanha eleitoral, que deram um jeito nas escolas. Ou falar banalidades na televisão que toquem o público mais que as banalidades dos candidatos concorrentes. É como se o síndico do prédio fosse encarregado da educação dos filhos dos moradores. Uma loucura.
Com incentivos assim, não dar certo é a regra. As notícias de jornal não deveriam tratar de escolas que decepcionaram, mas dos raros casos em que o desempenho é satisfatório. O mistério é descobrir por que algumas escolas públicas funcionam, e não o contrário.
Os manifestantes que ocuparam as escolas parecem acreditar que conseguirão convencer todos os políticos, professores e diretores a agir apenas pelo bem comum. Embriagados pelo protagonismo, gastam a voz em discursos morais sobre a importância da educação e da necessidade de “cada um fazer a sua parte”, e outros clichês.
Desculpem cortar o barato, mas já passou da hora de desistir de escola pública de qualidade. Se dependermos apenas de incentivos morais, e não de incentivos financeiros, não vai dar certo. Não adianta mudar os políticos. Não adianta gastar ainda mais em educação. É preciso mudar os incentivos.
Em vez de gastar tanto em escolas ineficientes e professores que mais faltam do que aparecem, é melhor transferir o dinheiro diretamente para a família de alunos pobres, em forma de vales, ou pelo menos passar as escolas para gestores privados.
Os pais (e não uma autoridade) decidem qual linha pedagógica preferem e qual escola escolherão para os filhos. As escolas passam a responder aos pais – e a concorrer entre si por estudantes.
Já é assim em muitos países. Nos Estados Unidos, as escolas charter (escolas tocadas por ONGs ou associações comunitárias e bancadas com dinheiro público) têm notas acima da média até mesmo quando estão em áreas pobres, que historicamente decepcionam nos índices de escolaridade. Há 180 escolas assim em Nova York; 6 mil nos Estados Unidos.
Um estudo da Universidade Stanford mostra que 53% dos alunos de escolas charter são pobres, contra 48% de escolas públicas; e 29% são negros, contra 16% em escolas públicas. Estudantes negros estudando em escolas charter leem, em média, 29 dias a mais por ano e estudam matemática 36 dias por ano a mais que estudantes de escolas públicas tradicionais.
Esse modelo não é novidade no Brasil. O governo de Goiás já está criando um sistema de escolas charter. O ProUni não é nada mais que privatização da educação: em vez queimar dinheiro em universidades públicas perdulárias que param em greve quase todo ano, melhor financiar bolsas de estudo em faculdades privadas.
Essas alternativas não são uma solução livre de falhas. É preciso evitar a “falácia do nirvana”, segundo a qual há uma solução perfeita para todos os problemas do mundo. No Chile, o sistema de voucher nem sempre incentiva a concorrência entre escolas, porque os pais muitas vezes preferem escolas mais próximas de casa que as melhores da cidade. E não se pode descartar a possibilidade de corrupção entre os políticos e os gestores privados.
Além disso, o sistema privado é diverso. Como hotéis ou marcas de biscoitos, há escolas e faculdades privadas excelentes e picaretas. As melhores universidades do mundo (Harvard, Yale, Stanford) são entidades privadas que ganham uma boa dose de recursos públicos. Assim como uma penca de “uniesquinas” de baixa qualidade.
Mesmo assim, o sistema está está léguas à frente do padrão tradicional de escolas públicas. Como podem receber doações privadas, as escolas charter americanas se esforçam para manter a reputação e evitar reclamações. Algo que jamais passaria pela cabeça da maioria dos diretores de escolas públicas brasileiras.
@lnarloch


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Educação não é modismo



Observo com cautela o deslumbramento de educadores no que se diz respeito a "inovações pedagógicas ", como se fosse possível resolver todos os problemas da educação com soluções mágicas. A intenção é quase sempre boa mas, invariavelmente, “tendência” se confunde com “modismo”, ou seja, algo que ganhou notoriedade momentânea. Educação não é modismo, não é possível educar com algo que está ou não na moda.Acredito que alfabetizar é usar algo que dê resultados












segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O que os professores pensam sobre os métodos de alfabetização.

Listei alguns comentários de professores sobre métodos de alfabetização.
vejam que discussão interessante .

Quem vence essa discussão: Construtivismo ou Tradicionalismo

( o construtivismo não é um método é um conceito, uma concepção. Então nele não há receita pronta, o professor precisa pensar, pesquisar, estudar muito e por fim no momento do ensino deve levar seus alunos a pensar e construir seu conhecimento. Por isso é tão difícil, dá trabalho!! É preciso compreender como o aluno aprende e aproveitar cada oportunidade para levá-lo a entender o mundo que o cerca e levá-lo pelo caminho do conhecimento. No construtivismo não há respostas de questionários prontas para serem decoradas, não há cópias . O grande problema que vejo é que nem todos conseguiram captar a mensagem do construtivismo e o confunde com um método e acaba por misturá-lo com a educação tradicional.)

(A realidade  quando se entra na sala de aula é bem diferente da teoria. A forma com que é abordado o construtivismo, até da certo, só que demora. Trabalho em uma escola de ensino fundamental do Estado de SP, e o que vejo é que as crianças começam a desenvolver a leitura e a escrita no 4º ano. Os que aprendem antes, de alguma forma tiveram um acompanhamento em casa, e na maioria das vezes no método tradicional como muitos deles nos relatam. Concordo que temos que evoluir, mas temos que entender que tudo nessa vida se aprende por partes. Primeiro a gente apresenta um texto pra depois explicar as letras? como a criança vai construir algo que ela desconhece? É necessário existir um misto dos dois e pra isso teria o professor que se dividir em 30, porque quando você faz a proposta e a criança não sabe ou não entende ela também se desinteressa.)

(A única coisa que sei é que quando os professores usavam os métodos chatos, enfadonhos, cansativos, no fim do ano a maioria esmagadora sabia ler e escrever. Até mesmo muitas dessas pessoas que criticam o método hoje foram e muito beneficiadas por ele. E agora, ou seja, desde 1995, há quase 20 anos em que batemos cabeça com esse "bendito construtivismo", tenho visto cada vez mais pessoas analfabetas funcionais. Então, penso que tem algo muito estranho. Se o problema é do professor que não se adapta ao construtivismo ou se é a falta de capacidade de uma criança aprender assim, já que não tem apoio dos pais... Abolimos o construtivismo como vêm fazendo os paises de primeiro mundo, esses que nos ranques sobre educação aparecem anos luz na nossa frente. Infelizmente vejo pessoas defendendo métodos ou conceitos falidos, porque são apaixonados por eles, mesmo vendo que a longo prazo não tem dado certo. Nem com a professora leiga do nordeste e nem com a de doutorado, afinal quando se julga o indice de educação, jamais disseram que as de estado rico, estavam tão melhores assim. Acho que é de cada um por a mão na consciência e mudar; Aproveitamos que nosso povo tem pouco conhecimento e continuamos dando murro em ponta de faca. Se os pais soubessem, ou se interessassem em saber o que é feito com seus filhos, com esse conceito frajuto, tal de DEconstrutivismo, já estaríamos longe dessa porcaria que o PSDB, implantou no Brasil e o PT, não fez a mínima questão de se livrar. Mas eu tenho esperanças, porque vejo que vários professores ao longo de suas carreiras tem abertos seus olhos e resolvido ensinar de verdade. Espero que o Brasil, ao menos no âmbito educacional possa melhorar...)



(Quando eu aprendi a ler e escrever, lá nos idos de 1981, o método utilizado era justamente o da repetição,b+a=ba,b+e=be.Éra o que se ouvia ao passar na fente de qualquer escola, fazia-se exercícios e mais exercícios, ajundando a abelinha a encontrar a flor, o caracolzinho encontrar sua casinha, e assim por diante. a professora dizia que eram exercícios para coordenação motora, para "amolecer a mãozinha",já que escrever era uma habilidade que desconhecíamos até então.Utilizávamos a famosa cartilha Caminho Suave, onde tudo era aprendido passo a passo, para depois juntarmos letras, sílabas, palavras e formar frases.Minha filha também aprendeu assim, e ela "aprendeu mesmo" a ler e a escrever. Nunca teve problemas na escola. Agora, o meu filho de 6 anos está padecendo com esses novos métodos "modernos" de alfabetização, onde já foi exijido que escrevesse o nome dos coleguinhas já nos primeiros dias de aula, e formar frase inteiras nas primeiras semanas de aula.O caderno de caligrafia dele só tem umas duas ou três folhas usadas.Ele tem que se desdobrar em copiar exercícios que a professora passa no quadro, coisas como "Os três estados da água",e ele não consegue acompanhar,simplesmente porque ele tenta "DESENHAR" as letras.A a impressão que tenho é justamente a de que ele está decorando as letras, as sílabas e não realmente aprendendo, entendendo,como deveria ser. Ora!!!! o certo não era primeiro ele aprender e praticar a escrita e a leitura, para depois ele aprender sobre os estados da água??? E o pior: ele está se sentindo "menos inteligente" porque muitas vezes acaba ficando para traz nas atividades de classe, quando na verdade o problema não está nele, que é uma criança normal e muito esperta, esta no método de ensino, ao meu ver, ridículo, onde parece que a criança deveria aprender a ler e escrever em casa, já que a escola não está mais desempenhando esta função.)


(DISCORDO DE VOCÊ, Com a evolução, modernidade etc, o próprio conceito de alfabetização está relacionado com os métodos sociais e econômicos da sociedade, ou seja, cada mudança na ordem social provoca uma mudança na concepção de alfabetização. DESSA FORMA O MODELO TRADICIONAL SOBREVIVEU DURANTE DÉCADAS, DEMONSTRANDO SUA UTILIDADE NUMA SOCIEDADE EM QUE AS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO ERAM RUDIMENTARES, SENDO EXIGIDO APENAS O DOMÍNIO DA LEITURA E ESCRITA. Então meu caro colega antes o método tradicional eram bem aceito, hoje ele não funcionaria com tanto efeito, IMPORTANTE RESSALTAR QUE AO LONGO DAS DÉCADAS HOUVE UMA MUDANÇA TAMBÉM DA FORMA DE PENSAR A EDUCAÇÃO, QUE PASSOU DE SER VISTA DA PERSPECTIVA DE COMO O ALUNO APRENDE E NÃO COMO O PROFESSOR (A) ENSINA.
O TEXTO FOI BEM ELABORADO, CONTRIBUIU BASTANTE.)

  1. (Espera um pouco ai, "DESSA FORMA O MODELO TRADICIONAL SOBREVIVEU DURANTE DÉCADAS, DEMONSTRANDO SUA UTILIDADE NUMA SOCIEDADE EM QUE AS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO ERAM RUDIMENTARES, SENDO EXIGIDO APENAS O DOMÍNIO DA LEITURA E ESCRITA."
    Então me explica como uma pessoa saberá interpretar algo, se ele não tiver o domínio da leitura e escrita, como uma pessoa pode escrever no papel o que pensa, ordenado suas idéias de forma lógica e coerente, verbalmente correta e bem pontuada se não tiver o domínio da leitura e escrita? Não tem como, é impossível você escrever algo, ou ler algo e entender o que ali está escrito, interpretando corretamente sem ter o domínio da leitura e da escrita.
    Nossos alunos passam pelo primeiro, segundo,terceiro, quarto, quinto ano das séries iniciais, entram no sexto ano sem domínio da leitura e escrita, inclusive, vários chegam ao terceiro ano do ensino médio sem saber ordenar suas ideias no papel.
    Se antes o método "tradicional" era bem sucedido, porque não haveria de o ser agora? Pois o grandioso método construtivista já deu o que deu, um número incalculável de analfabetos funcionais, revolucionário mesmo.
    Tanto é que este tal de método construtivista de alfabetizar é uma maionese derretida, não tem perspectiva, não dá norte a nada, pois uma teoria que afirma que não existem fórmulas prontas, que não existem caminhos a seguir já é morta em si mesma e nunca trará resultados reais, pois ela não define critério algum, o único critério é: não tem critério; o objetivo é atingir a alfabetização.
    bolas, e como faz isto? Não sei, você é que tem que descobrir.
    Mas eu conheço um, é o método fonético, tem regra, diz como faz e dá diretrizes reais e concretas. Mas este não serve, é velho.
    Mas ele é eficaz! Não interessa, ele não serve.
    Mas com ele as crianças aprendem a ler e escrever em quatro meses! Daí, o ministério a educação disse que o aluno tem três anos pra isso.
    E aqueles que aprenderem a ler antes? Mérito do aluno.
    E os que não conseguirem aprender nos três anos. Você é a incompetente porque não pesquisasse e não adequasse e não encontrasse uma forma mirabolante de fazer isto.
    Mas o velho método faz todos, todos lerem em quatro meses. Não interessa, você é uma incompetente que quer perpetuar os valores da burguesia, você é uma maldita capitalista, burguesa, retrógrada, reaça, católica, fascista/nazista.

    Atualmente nossas crianças estão saindo do ensino médio sabendo menos que um aluno que terminava uma quarta série e parava de estudar. Porque os alunos que continuavam e chegavam a uma universidade, comparados com os que atualmente lá chegam, eram gênios, porque? Por que aprenderam a ler e escrever primeiro.
    Como se constrói uma casa, simples, tem que ter o fundamento primeiro, e bem feito, para depois construir o resto.
    E outra, você acaba se contradizendo quando diz "sendo exigido apenas o domínio da leitura e escrita", cara, quando o cidadão tem apenas o domínio da leitura e escrita ele em tudo, triste é quando ele não o tem.)


Qual o melhor método de alfabetização?

Métodos de Alfabetização-Quais são e como funcionam?


O melhor método para a alfabetização é um discussão antiga entre os especialistas no assunto e também entre os pais quando vão escolher um escola para seus filhos começaram a ler as primeiras palavras e frases. No caso brasileiro, com os elevados índices de analfabetismo e os graves problemas estruturais na rede pública de ensino, especialistas debatem qual seria o melhor método para revolucionar, ou pelo menos, melhorar a educação brasileira. Ao longo das décadas, houve uma mudança da forma de pensar a educação, que passou de ser vista da perspectiva de como o aluno aprende e não como o professor ensina.


São muitas as formas de alfabetizar e cada uma delas destaca um aspecto no aprendizado. Desde o método fônico, adotado na maioria dos países do mundo, que faz associação entre as letras e sons, passando pelo método da linguagem total, que não utiliza cartilhas, e o alfabético, que trabalha com o soletramento, todos contribuem, de uma forma ou de outra, para o processo de alfabetização.


Qual é o melhor método?

Neste artigo, você vai conhecer os métodos de alfabetização mais utilizados, como funcionam, quais são as vantagens e desvantagens de cada um deles, além da orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa, adotados pelo governo federal.

A proposta deste artigo não é apontar o melhor método de alfabetização, até porque os educadores e especialistas não têm um consenso sobre o tema. Pretendemos apenas mostrar as características de cada método para que os pais conheçam mais profundamente o método que está sendo aplicado na educação de seus filhos.

• Método Sintético

O método sintético estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o escrito, através do aprendizado por letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por palavra.

Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. No alfabético, o estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que constroem o texto.

No fônico, também conhecido como fonético, o aluno parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no silábico, ou silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras.

Por este método, a aprendizagem é feita primeiro através de uma leitura mecânica do texto, através da decifração das palavras, vindo posteriormente a sua leitura com compreensão.

Neste método, as cartilhas são utilizadas para orientar os alunos e professores no aprendizado, apresentando um fonema e seu grafema correspondente por vez, evitando confusões auditivas e visuais.

Como este aprendizado é feito de forma mecânica, através da repetição, o método sintético é tido pelos críticos como mais cansativo e enfadonho para as crianças, pois é baseado apenas na repetição e é fora da realidade da criança, que não cria nada, apenas age sem autonomia.

• Método Analítico

O método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.

Este método pode ser divido em palavração, setenciação ou global. Na palavração, como o próprio nome diz, parte-se da palavra. Primeiro, existe o contato com os vocábulos em uma sequência que engloba todos os sons da língua e, depois da aquisição de um certo número de palavras, inicia-se a formação das frases.

Na setenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no global, também conhecido como conto e estória, o método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a criança não aprende a ler, apenas decora.

• Método Alfabético

Um dos mais antigos sistemas de alfabetização, o método alfabético, também conhecido como soletração, tem como princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias.

Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa. O método Alfabético permite a utilização de cartilhas.

As principais críticas a este método estão relacionadas à repetição dos exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, além de não respeitar os conhecimentos adquiridos pelos alunos antes de eles ingressarem na escola.
O método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do interior do Nordeste e Norte do país, já que é mais simples de ser aplicado por professores leigos, através da repetição das Cartas de ABC, e na alfabetização doméstica.


• Método Fônico

O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento ortográfico próprio de sua língua, através de textos produzidos especificamente para este fim.

O método é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou seja, as relações entre sons e letras devem ser feitas através do planejamento de atividades lúdicas para levar as crianças a aprender a codificar a fala em escrita e a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.

O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro, forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiro as sílabas mais simples e depois as mais complexas.

Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopéia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas. Um exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta imagens de objetos que comecem com esta letra. Em seguida, escreve várias palavras no quadro e pede para os alunos apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir do conhecimento já adquirido, o aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.

Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.

A maior crítica a este método é que não serve para trabalhar com as muitas exceções da língua portuguesa. Por exemplo, como explicar que cassa e caça têm a mesma pronúncia e se escrevem de maneira diferente?


A velha cartilha Caminho Suave

Centro de Referência em Educação Mário Covas
Uma das primeiras capas da cartilha


A grande maioria dos brasileiros alfabetizados até os anos de 1970 e início dos 80 teve na cartilha Caminho Suave o seu primeiro passo para o aprendizado das letras. Com mais de 40 milhões de exemplares vendidos desde a sua criação, a cartilha idealizada pela educadora Branca Alves de Lima, que morreu em 2001, aos 90 anos, teve um grande sucesso devido à simplicidade de sua técnica.

Na tentativa de facilitar a memorização das letras, vogais e consoantes, e depois das sílabas para aprender a formar as palavras, a então professora Branca, no final da década de 40, criou uma série de desenhos que continham a inicial das palavras: o “A” no corpo da abelha, o “F” no cabo da faca, o “G”, no corpo do gato.

Por causa da facilidade no aprendizado por meio desta técnica, rapidamente a cartilha tornou-se o principal aliado na alfabetização brasileira até o início dos anos 80, quando o construtivismo começou a tomar forma. Em 1995, o Ministério da Educação retirou a cartilha do seu catálogo de livros. Apesar disto, estima-se que ainda são vendidas 10 mil cartilhas por ano no Brasil.


Os parâmetros nacionais e o método construtivista

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, também conhecido como PCN´s, são uma espécie de manual para as escolas sobre como deveria ser a orientação para o ensino, de acordo com o Ministério da Educação. Criado em 1998, este documento tem como função orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual.

Os PCNs propõem um currículo baseado no domínio das competências básicas e que esteja em consonância com os diversos contextos de vida dos alunos. "Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e, especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado", diz o documento.

Os PCN´s foram estabelecidos a partir de uma série de encontros, reuniões e de discussão realizados por especialistas e educadores de todo o país, de acordo com as diretrizes gerais estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases. Segundo o MEC, estes documentos foram feitos para ajudar o professor na execução de seu trabalho, servindo de estímulo e apoio à reflexão sobre a sua prática diária, ao planejamento das aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo da escola, formando jovens brasileiros para enfrentar a vida adulta com mais segurança.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais defendem a linha construtivista como método de alfabetização. Surgida na década de 80, a partir de estudiosas da área como Ana Teberowsky e Emília Ferreiro, esta linha defende que a escola deve valorizar o conhecimento que a criança tem antes de ingressar no estabelecimento. A sua ênfase é na leitura e na língua escrita.

Os construtivistas são contra a elaboração de um material único para ser aplicado a todas as crianças, como as cartilhas, e rejeitam a prioridade do processo fônico. Por este método, as escolas, durante o processo de alfabetização, devem utilizar textos que estejam próximos do universo da criança. 

Os defensores do método fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares Nacionais, pelos problemas de alfabetização no Brasil. Segundo os críticos, a concepção construtivista, em muitos casos, ignora que os estudantes de classe baixa, vindos de famílias menos letradas, trazem de casa uma bagagem cultural muito pequena, dificultando a sua adaptação a este método.


Por Christianne Visvanathan



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Gutierrez, Francisco. Linguagem Total - Uma pedagogia nos meios de comunicação. São Paulo: Summus Editorial, 1994.

KRAMER, S. Alfabetização, leitura e escrita : formação de professores em curso. Rio de Janeiro:Escola de Professores, 1995.

SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São Paulo:Cortez, 1988.

SOARES, M.B. Linguagem e escola. São Paulo: Ática, 1988.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo:Martins Fontes, 1989.

RUSSO, M.F.VIAN, Maria I. Alfabetização: um processo em construção. São Paulo: Saraiva, 1996. 


FONTE: http://pessoas.hsw.uol.com.br/metodo-de-alfabetizacao.htm

O melhor método de alfabetização é o fônico sintético.

Um estudo lançado no mês passado pela Universidade Stanford (EUA), uma das instituições mais renomadas do mundo, comprova a vantagem do método fônico de alfabetização sobre outras técnicas de ensino. O estudo, de co-autoria de Bruce McCandliss, professor da de Pós-Graduação Escola de Educação e do Instituto de Neurociência de Stanford, fornece algumas das primeiras evidências de que uma estratégia de ensino específico para a leitura tem impacto direto no cérebro. Segundo a pesquisa, leitores que aprendem as relações entre letra e som por meio do método fônico de ensino têm melhor avanço na leitura do que quando tentam aprender a identificar palavras inteiras.
Isso significa, por exemplo, que  ensinar o som das letras que formam a palavra GATO produz mais conexões cerebrais do que quando as crianças são instruídas a memorizar essa palavra. “A pesquisa é emocionante porque utiliza a neurociência cognitiva e a conecta a questões com significado profundo para a história da pesquisa em educação”, disse McCandliss em entrevista ao site de notícias de Stanford. A pesquisa contou também com a coordenação de Yuliya Yoncheva, da Universidade de Nova York, e Jessica Wise, estudante de pós-graduação da Universidade do Texas, em Austin, ambas nos Estados Unidos.
Publicado na revista Brain and Language, o estudo partiu de uma nova linguagem escrita e buscou ensiná-la a um grupo de 16 adultos, sendo que uma parte foi ensinada a partir de um método de instrução fônico e a outra parte com um método de associação de palavras inteiras. Depois de aprender várias palavras sob ambas as abordagens, as palavras recém aprendidas foram apresentadas em um teste de leitura, enquanto as ondas cerebrais foram monitoradas.
Segundo os exames, a resposta cerebral mais rápida para as palavras recém aprendidas foi influenciada pela técnica de ensino. Aquelas palavras que foram aprendidas pelo método fônico induziram a atividade neural do lado esquerdo do cérebro, que engloba as regiões visuais e de linguagem. Em contraste, palavras aprendidas através de associação da palavra inteira mostraram atividade de processamento no hemisfério direito. McCandliss observou que o forte engajamento hemisfério esquerdo durante o reconhecimento de palavras é uma característica marcante de leitores qualificados. Segundo o pesquisador, os resultados reforçam a ideia de que a forma como um aluno concentra sua atenção durante a aprendizagem tem impacto profundo sobre o que é aprendido.
Não é a primeira vez que um estudo comprova a superioridade do método fônico em relação a outros métodos, especialmente com alunos que apresentam dificuldades de leitura. Em 1990, a pesquisadora americana Marilyn Adams publicou uma revisão da literatura disponível desde 1960 e constatou que esses estudos revelavam a importância da consciência fonológica e fonêmica como fatores associados a fatores fortes de predição do sucesso da alfabetização. Assim, Adams conclui que métodos fônicos, que usam a associação fonema-grafema, quando implementados de maneira sistemática e explicita, são mais eficazes do que os outros.
No ano 2000, a alfabetização também foi tema nos Estados Unidos do National Reading Report Painel. O levantamento partiu de uma análise de 100 mil outros estudos e se concentrou em uma amostra de 68 pesquisas relevantes, que incluíam milhares de crianças, e ofereceram a conclusão de que os métodos fônicos são mais eficazes do que os outros.
De modo geral, ficou comprovado que o método funciona melhor para os que têm mais dificuldade, ajudando a desenvolver competência de compreensão e aprendizagem da ortografia e é mais impactante para as crianças de nível econômico mais baixo. Ainda segundo esse levantamento, não basta apenas usar qualquer método fônico, o melhor é o fônico sintético, que apresenta as relações de fonema e grafema de forma sistemática e explícita.
No Brasil, em 2003, a Câmara dos Deputados organizou um grupo de estudos que buscou produzir uma análise rigorosa das evidências científicas mais atualizadas sobre o tema elaborada conjuntamente por uma equipe de cientistas nacionais e internacionais, que contou com a participação e coordenação de João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, além da participação de Marylin Adams, Roger Beard, dentre outros. O trabalho resultou no relatório intitulado Alfabetização infantil: novos caminhosJá em 2011, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) produziu o relatório Aprendizagem Infantil, que também aborda as evidências científicas mais relevantes a robustas a respeito da alfabetização. O trabalho contou com a participação de diversos pesquisadores brasileiros, entre eles o presidente do Instituto Alfa e Beto.

o princípio alfabético. método fônico

Toda pessoa que se alfabetiza adquire o princípio alfabético, ou seja, a ideia de que quando se muda uma letra da palavra, muda-se a pronúncia da palavra. Exemplo: se havia lago e mudou para mago, a criança percebe que mudou algo. Se havia  e virou , ela percebe que muda a forma de escrever e de ler a palavra. Quanto mais cedo se adquire esse princípio, mais rapidamente acontece a alfabetização.
Se a criança não adquire a consciência fonêmica, ela pode pensar que as palavras são como desenhos, e passar a decorá-las (o que vai limitar muito seu vocabulário). Ou ela decora apenas as sílabas e compõe as palavras silabando, o que a torna um leitor ineficaz. Somente a tomada de consciência sobre os fonemas permite adquirir o princípio alfabético. Esse é o primeiro passo para uma alfabetização eficaz.
O sistema de escrita da Língua Portuguesa é o sistema alfabético. O alfabeto – composto por 26 letras – permite representar todos os fonemas que nós articulamos para falar qualquer palavra da nossa língua. Esses sons são divididos em vogais e consoantes:
Os fonemas da língua portuguesa
Vogais oraisVogais nasaisConsoantes
/a/ /ê/ /é/ /i/ ô/ /ó/ /u//am/ /em/ /im/ /om/ /um/ /b/ /k/ /d/ /f/ /g/ /j/ /l/ /m/ /n/ /p/ /R/ /r/ /s/ /t/ /v/ /ch/ /z/ /lh/ /nh/
Para desenvolver a consciência fonêmica, o professor (ou o adulto que se propor a alfabetizar uma criança em casa) deve apresentar os sons das palavras, mas não de maneira mecânica e sem sentido. Seu objetivo deve ser fazer com que as crianças entendam que:
  • as palavras têm sons: cada palavra tem um som diferente;
  • as letras representam os fonemas (você vai usar com elas a palavra “sons”, para facilitar o entendimento);
  • para mudar a palavra, precisa mudar uma ou mais letras;
  • quando muda a letra, a palavra fica diferente, tem outro som;
  • para ler, é preciso identificar os sons que as letras representam (analisar) e juntar (sintetizar) estes sons para formar a palavra. As técnicas básicas são duas: análise e síntese de fonemas, para formar a palavra – essa parte está detalhada mais abaixo.
Neste momento inicial, o objetivo ainda não é o de ensinar a criança a ler ou escrever com ortografia perfeita. Seu objetivo é ajudá-la, através de exercícios, a descobrir que há uma relação bastante sistemática entre os sons que ela ouve nas palavras e as letras que representam estes sons.
Antes de chegar ao fonema, pode-se usar as unidades de segmentação mais conhecidas das crianças: palavras e sílabas. Para ajudar nessa etapa, reproduzimos dois exercícios que ajudam a perceber a segmentação dos pedaços das palavras e a forma de juntar (análise) e separar (síntese) essas palavras:
1 – Síntese oral
Existem várias técnicas para ensinar os alunos a decodificar palavras. As mais comuns e mais eficazes são as técnicas de análise (decompor palavras em fonemas) e síntese (juntar fonemas para formar palavras). O objetivo dos exercícios de síntese oral é ajudar o aluno a compreender que palavras são formadas por unidades menores de som (fonemas e sílabas). O grande desafio é identificar os fonemas – que são a menor unidade sonora das palavras. São os fonemas que estão na base do código alfabético.
É mais fácil juntar pedaços de palavra (sílabas) do que fonemas individuais (letras), por isso, os exercícios que vamos propor aqui envolvem a decomposição de palavras em sílabas. Isso é apenas para ajudar a compreender que uma palavra tem som e dentro dela há pedacinhos. Mas os exercícios não podem parar por aqui e devem avançar para os fonemas.
EXEMPLO DE ATIVIDADE: DECOMPONDO PALAVRAS
  • O adulto deve convidar a criança para fazer uma brincadeira. Ele pode iniciar dizendo”vou falar uma palavra em duas partes, e você vai descobrir que palavra estou querendo dizer”. O adulto deve ler cada palavra pronunciando cada parte com muita clareza, fazendo pausa entre as duas partes.
  • Por exemplo: PAPA_gAiO = PAPAgAiO.  Outro exemplo: teLe_visãO = teLevisãO.
  • Em seguida, o adulto deve convidar a criança a descobrir as próximas palavras. A criança pode falar uma parte e outra criança a segunda parte, ou então o adulto pode utilizar um boneco para ser o “parceiro” na brincadeira.
  • O objetivo é a criança descobrir qual palavra está escrita nos seguintes exemplos:
    ele  fantepassa  rinhomari  nheirobici  cleta
    cor daqua  drofo  gueirapapa gaio
2 – Análise oral
A análise é o reverso da síntese. Analisar significa decompor, separar os fonemas (sons) que formam uma palavra. Isso ocorre tanto na leitura quanto na escrita: o código alfabético é reversível, transforma letras em sons e sons em letras. Ele funciona nas duas direções – por isso é importante apresentar os sons e as letras que os representam ao mesmo tempo. O processo de análise envolve:
  • ouvir a palavra UAI, por exemplo
  • identificar os sons /u/ /a/ /i/
Para ler e escrever, é preciso sempre analisar a síntese de fonemas. Por isso, estes dois exercícios (o de cima e o abaixo) sempre são feitos na sequência, para que a criança compreenda o processo de ida e volta: é assim que funciona o código alfabético.
EXEMPLO DE ATIVIDADE: OS SONS DOS NOSSOS NOMES
  • O adulto vai explicar à criança que os nomes também têm pedaços menores. Ele pode dizer: “agora você vai aprender a bater palmas para separar as várias partes ou pedaços dos nomes de seus colegas. Por exemplo: o nome Ernesto (escolha um nome de um amiguinho ou parente). Vamos fazer assim: er  (palma) nes (palma)   to (palma)”.
  • Em seguida, o adulto deve convidar a criança a fazer isso com o próprio nome.
  • Depois, ele deve fazer isso com mais nomes de colegas de classe ou parentes.
  • O adulto deve mostrar que alguns nomes têm números diferentes de palmas.
  • E, após mostra essa diferença, ele deve fazer isso em ordem: nomes com duas sílabas (Al-fa; Be-to; Ma-ra; Ti-to; etc.). Nomes com três sílabas (Ma-ri-a; Fer-nan-do; Ro-ber-to). E nomes com mais de quatro sílabas: (Da-go-ber-to;  Fe-lis-ber-to;  Ca-ta-ri-na; etc.)
  • Ajude a criança a compreender que uma palavra tem um som que é só dela, mas dentro dela há vários outros sons.
Essas são apenas alguns exercícios que podem ajudar a desenvolver a consciência fonêmica. Eles não se encerram por aqui e, sozinhos, não são capazes de alfabetizar as crianças. O ideal é que os educadores ou pais dediquem-se ao estudo do método fônico para utilizar os princípios em atividades variadas no dia a dia.
A vantagem desse método é que ele é comprovadamente o mais eficaz na alfabetização, de acordo com evidências científicas. Além disso, pode ser utilizado também na alfabetização de adultos e com crianças com dificuldades de aprendizagem.

DICAS DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A Alfabetização no contexto social e Lúdico
Segundo Denise, os educadores precisam encontrar nos espaços escolares um ambiente alfabetizador. “Quando contamos ou lemos histórias para os pequenos, também estamos neste processo, assim como quando trabalhamos com joguinhos e atividades lúdicas”. O reconhecimento das letras do nome é um bom exemplo sobre o fato.
Dessa forma, desde que seja feita de forma lúdica, respeitando as ideias e fases de desenvolvimento dos pequenos descritos em diferentes teorias, como Piaget, Wallon e Vygotsky e Ferreiro, pode-se planejar e realizar ótimas atividades favorecendo o processo de alfabetização dos pequenos. Entende-se que o desenvolvimento da alfabetização ocorre em um ambiente social e que estas práticas sociais, assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças. “E mais, torna-se necessário que o professor considere as escritas, em todas as suas etapas, do ponto de vista construtivo, representando a evolução de cada criança, para que haja uma reestruturação interna na escola com relação à alfabetização e também no que se refere às formas de alfabetizar”, diz ela.
É importante valorizar as diferentes aprendizagens
Nem todas as crianças aprendem na mesma hora ou do mesmo jeito. Atualmente, ser alfabetizado, saber ler e escrever, tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas contemporâneas. Denise explica que saber ler e escrever de forma mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade. Busca-se ser capaz de não apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos e a isso se dá o nome de letramento.
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Mas, como lidar com isso dentro da escola? Para Denise é essencial provocar o desejo que se dá, a princípio, quando os pequenos encontram um ambiente saudável, acolhedor e provocativo. “Um ambiente alfabetizador, onde é possível desenvolver um conjunto de situações de usos reais de leitura e escrita das quais as crianças têm oportunidade de interagir.” Isso fica claro no desenvolvimento da rotina, na prática das atividades psicomotoras, no relacionamento com os outros, na fala e de diversas outras formas de comunicação que vão acontecendo no cotidiano escolar. “As crianças reagem de formas diferentes, por isso o ambiente alfabetizador precisa ser planejado, arrumado, (re) organizado, adaptado para todos, sistematicamente, buscando a provocação e assimilação de hábitos de trabalho que contribuam para a independência de cada uma delas.”
De acordo com a pedagoga, quando uma criança pequena encontra uma sala de aula preparada de forma a despertar o interesse pela leitura, pela escrita e pelo manuseio do material didático, as chances de sucesso são maiores para todos. “Brincar com linguagem falada e com processo de aquisição da linguagem escrita, oferecer jogos, trabalhar com músicas, poemas, quadrinhos, imagens, obras de arte e atividades lúdicas, quando bem orientadas, certamente contribuirão para que o desenvolvimento do processo da alfabetização seja bem sucedido”, ressalta.
E de que forma podemos estimular a alfabetização?Veja 10 dicas de alfabetização na Educação Infantil e conheça técnicas para iniciar o processo de alfabetização em seus alunos:
1 – Cantando para bebês – Faixa etária: a partir de 1 mês de idade. Esta é uma atividade essencial para os pequenos, ainda nos berçários. Cantar cantigas, músicas de acalento, colocar músicas gravadas em CD ou massagear o corpinho ao som de música relaxante.
2 – E se fosse diferente? (Contação de histórias) – Faixa etária: 2 a 5 anos – Após a história, as crianças são convidadas a dramatizar os personagens da história, inventando novas falas, repetindo os diálogos que mais gostaram e modificando o seu final.
3 – A letra é? – Faixa etária: 2 a 5 anos – Com as crianças sentadas em círculo, a professora apanha de um saco surpresa, objetos conhecidos dos pequenos. Lápis, escova de cabelo, boneca, bola, pipa… Os pequenos, tendo a frente letras emborrachadas, de plástico ou madeira, são provocadas a apontar a primeira letra que compõe o nome de tal objeto.
4 – Quando falo isso, você lembra de? – Faixa etária: 3 a 5 anos – O professor fala a palavra Futebol e uma criança fala: Bola. Daí a professora retoma: Bola lembra? Parquinho. E parquinho lembra? Areia e assim busca-se o desenvolvimento do raciocínio lógico e significação das palavras.
5 – Bingo dos nomes – Faixa etária: 3 a 5 anos – Os alunos recebem uma placa com seu nome, separado por letras. O professor retira do saco letras do alfabeto. Na medida em que as letras saem, os alunos são convidados a colocar tampinhas com as referidas letras, em cima da placa com o seu nome.
6 – Dominó dos nomes dos colegas – Faixa etária: 2 a 5 anos – Feitos com caixas de leite e forrados com papel camurça, o dominó apresenta nomes e fotos dos colegas. Ao jogar, a criança aprende o nome dos colegas e também as letras que compõe seus nomes. Uma variação bem legal é trocar a foto por letras iniciais dos nomes dos colegas.
7 – Como é que se escreve? – Faixa etária: 4 a 5 anos – Após a contação de uma história, as crianças são provocadas a montar nomes dos personagens ou de objetos, buscando as letras em jornais e revistas. Em seguida vão procurar no texto do livro de história, uma frase onde esta palavra apareça e transcreve-la para uma folha e ilustre, buscando interpretar a escrita destacada.
8 – O nome é? – Faixa etária: 3 a 5 anos – As crianças saem, com o professor, nomeando partes significativas da escola. E colando plaquinhas com os seus respectivos nomes para sua identificação. Depois, com pranchetas, são provocadas a reescrever os nomes que reconheceram: PORTA, JANELA, ARMÁRIO dentre outros.
9 – Festival de poesia – Faixa etária: 3 a 5 anos – As crianças são convidadas a declamar pequenos poemas, selecionados pelo professor. Desta forma favorecemos a atenção, concentração e memória.
10 – Sequência de quadrinhos – Faixa etária: 2 a 5 anos – A professora disponibiliza uma sequência lógica e curta de quadrinhos (retirada de um gibi) e a criança refaz a cena, colocando-a em ordem sequencial crescente.
Fonte: Revista Guia Infantil